A taça com a serpente nela enrolada é internacionalmente conhecida como símbolo da profissão farmacêutica. Sua origem remonta a antiguidade, sendo parte das histórias da mitologia grega.
Tudo começou com um centauro: Chiron. Ao contrário da maioria de sua raça, caracterizados pela selvageria e violência, Chiron se dedicou aos conhecimentos de cura. Teve como um dos seus discípulos o deus Asclépio (também denominado Esculápio), ao qual ensinou os segredos das ervas medicinais. Asclépio se tornou o deus da saúde e tinha como símbolo um cetro com duas serpentes enroladas. Contudo, ele não utilizava seu conhecimento somente para salvar vidas, mas usava seu poder para ressuscitar pessoas.
Descontente com a quebra do ciclo natural da vida, Zeus resolveu intervir. Os deuses entraram então em batalha e Zeus acabou matando Asclépio com um raio.
Com a morte de Asclépio, a saúde passou a ser responsabilidade de sua filha Hígia, que se tornou a deusa da saúde. Hígia tinha como símbolo uma taça e com sua “promoção” foi adicionada por uma serpente nela enrolada. Essa cobra é, obviamente, uma representação do legado de seu pai. Assim o símbolo de Hígia da taça com a serpente tornou-se, posteriormente, o símbolo da farmácia.
Segundo as literaturas antigas o símbolo da Farmácia ilustra o poder (cobra) da cura (taça).
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Drummond, o poeta-farmacêutico
CARLOS DRUMMOND DE
ANDRADE, o farmacêutico que foi, também, um dos maiores poetas da língua
portuguesa. Mineiro de
Itabira, Drummond foi uma das pedras fundamentais da moderna literatura
brasileira. Nascido a 31 de outubro de 1902, vindo de uma família de
fazendeiros, estudou, em Belo Horizonte e em Nova Friburgo (RJ), de onde
foi expulso por "insubordinação mental". De novo, em Belo Horizonte,
começou a carreira de escritor, como colaborador do “Diário de Minas”,
que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento Modernista
Mineiro.
Em 1925, formou-se em Farmácia, em Ouro
Preto. CDA (era assim que os editores os chamavam) foi o orador de sua
turma de formandos. Em 1934, ele se transferiu para o Rio de Janeiro,
onde ingressou no serviço público. Foi Chefe de Gabinete de Gustavo
Capanema, Ministro da Educação, até 1945. Em seguida, foi trabalhar no
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou, em
1962. A partir de 1954, Drummond escreveu memoráveis crônicas no
“Correio da Manhã” e no “Jornal do Brasil”.
O poeta deixou sete livros essenciais
para a literatura brasileira. São eles: “Alguma Poesia”
(1930),”Sentimento do Mundo” (1940), ‘A Rosa do Povo” (1945), “Claro
Enigma” (1951), “Antologia Poética” (1962), “José e Outros” (1967) e
“Corpo” (1984).
Um dia, Aluísio Pimenta, também mineiro,
farmacêutico e intelectual, Ministro da Cultura do Governo Sarney,
Ex-professor na Universidade de Londres e Ex-reitor da Universidade
Federal de Minas Gerais, num bate-papo com o poeta-maior do Brasil,
perguntou: “Carlos, porque você se formou em Farmácia, já que abraçou a
carreira literária?”
Drummond respondeu-lhe: “Porque eu gosto das pessoas”.
Autor: Pelo jornalista Aloísio Brandão, Assessor de Imprensa do CFF
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ORAÇÃO DO FARMACÊUTICO
"Senhor!
No silêncio do meu trabalho, na ciência,
mantenha a retidão do meu caráter.
Evolua-me em Sua paz,
quando estiver manipulando
afim de que o remédio cure o necessitado.
Proteja-me com seus olhos,
quando nos minúsculos campos da visão
microscópica,
eu enxergar a Sua divina criação.
Que a música suave das esferas
que emanam do Seu reino,
alcancem o meu ser em meu trabalho
e faça-me um agente da paz e do bem-estar.
Finalmente, que em todas as ocasiões
em que lidar com meu próximo,
eu possa levar-lhe não só os remédios,
as análises, e pesquisa, mas profundamente
meu Senhor,
muito, muito amor,
sentido maiúsculo da minha verdadeira
missão".
No silêncio do meu trabalho, na ciência,
mantenha a retidão do meu caráter.
Evolua-me em Sua paz,
quando estiver manipulando
afim de que o remédio cure o necessitado.
Proteja-me com seus olhos,
quando nos minúsculos campos da visão
microscópica,
eu enxergar a Sua divina criação.
Que a música suave das esferas
que emanam do Seu reino,
alcancem o meu ser em meu trabalho
e faça-me um agente da paz e do bem-estar.
Finalmente, que em todas as ocasiões
em que lidar com meu próximo,
eu possa levar-lhe não só os remédios,
as análises, e pesquisa, mas profundamente
meu Senhor,
muito, muito amor,
sentido maiúsculo da minha verdadeira
missão".
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SANTA PROTETORA DOS FARMACÊUTICOS
SANTA GEMMA
Quinta
filha de uma família de oito irmãos, Gemma Galgâni nasceu, a 12 de
março de 1878, em Comigliano, um vilarejo próximo a Lucca, na Itália. O
pai foi um próspero farmacêutico e sua mãe era, também, de origem nobre.
Portanto, uma família católica tradicional.
Desde
muito cedo, a menina ajudou o pai em seu trabalho de farmacêutico, e se
comove, diante do sofrimento das pessoas. Aos oito anos de idade,
Gemma perde a mãe e é enviada pelo pai a um semi-internato católico, em
Lucca. Mais tarde, no colégio, ela reflete sobre sua vida e diz estar
"no Paraíso". Apesar da pouca idade para a época, aos nove anos, é
autorizada a receber a primeira comunhão.
Aos
19 anos, Gemma Galgâni perdeu o pai, vítima de sua generosidade e falta
de escrúpulos de seus interlocutores nos negócios e sérios problemas
com credores. Os filhos são deixados sem nada, o que torna difíceis as
suas vidas.
Após
esses acontecimentos, Gemma adoece. Teve meningite, que a deixou
temporariamente surda. Desenvolveu uma curvatura na espinha e grandes
abscessos se formaram em sua cabeça. Os seus cabelos caíram e a sua
ruína física culminou com a paralisia dos membros. Várias tentativas
foram empregadas para sua cura, porém sem sucesso.
VISÕES
- Gemma torna-se devota de São Gabriel. Acamada pela doença, lê a
história de sua vida. Um dia, praticamente em seu leito de morte, recebe
uma novena como a única esperança de cura e, no dia 23 de fevereiro de
1899, à meia-noite, diz ver o anjo Gabriel aparecer à sua frente e lhe
pedir para rezar com fé, todas as noites, ao Sagrado Coração de Jesus. O
anjo diz-lhe, ainda, que, até o fim da novena, virá, diariamente à
noite, para rezar com ela. Na primeira sexta-feira de março, a novena
terminava e Gemma Galgâni estava completamente curada de sua doença.
Ela
tinha, então, 20 anos e uma saúde perfeita. Desejava ser freira, mas
isso não aconteceu, pois, segundo a própria, Deus tinha outros planos
para ela. No dia oito de julho do mesmo ano (1899), após receber a
comunhão, a Virgem Maria aparece a Gemma e lhe diz que seu Filho deseja
lhe dar uma graça, segundo os historiadores. Ela volta para casa, reza
e, entrando em êxtase, vê novamente a Virgem dizer: "Eu serei uma mãe
para ti, e tu serás uma verdadeira filha". Dizem, ainda, os
historiadores que, nesse momento, a Santíssima Virgem a cobre com o seu
manto e ela vê Jesus Cristo.
Aos
21 anos, ela foi adotada por uma família italiana, os Giannini, com 11
filhos. Com eles, viveu por três anos e oito meses, ajudando nas tarefas
da casa, mas ainda sobrava tempo para as orações e missas. Gemma
assistia a duas missas e comungava uma vez por dia.
MORTE
- Em 1902, Gemma se ofereceu a Deus como vítima pela salvação das almas
e adoece, novamente. Testemunhas contam que ela expelia sangue com
violentas palpitações. No dia 11 de abril de 1903, ela faleceu, em seu
leito. Apesar da violência da doença, ainda, mantinha traços de sua
beleza angelical e humildade.
PADROEIRA
- As autoridades da Igreja começam a estudar a sua vida, em 1917, e, em
14 de maio de 1933, foi beatificada e finalmente canonizada, em 2 de
março de 1940. Em 1945, os farmacêuticos de Botucatu, cidade do interior
de São Paulo, elegem Santa Gemma Galgâni como padroeira dos
farmacêuticos, passando a ser reconhecida, em todo o território
nacional.